Tudo começou com uma viagem. Lá estava eu, curtindo um final de semana na praia na companhia de amigos. Sábado, domingo. Até aí tudo bem.
Então, chegou a segunda feira – feriado. Jpa vi uma movimentação de pessoas que não eram de São Paulo, voltando para trabalhar.
Na terça, acordei na praia. Minha intenção era trabalhar de lá: eis que surge uma companhia – meu sabotador.
Ele me dizia com todas as letras que eu deveria estar trabalhando. Que eu deveria estar produzindi algo, fazendo algo de ‘útil’.
E aí eu resolvi calar a boca dele. E continuar na minha ociosidade produtiva.
Afinal: por que sentimos culpa quando estamos ociosos?
Somos programados para viver de acordo com o que a sociedade espera de nós. E, no trabalho, é a mesma coisa. Não nos permitimos momentos de folga, nem quando merecemos. Não deixamos nós mesmos desfrutarmos de dias de paz, porque nosso sabotador interno fica ali, cutucando, e dizendo que temos que estar fazendo algo.
Essa mania absurda de fazer algo o tempo todo já está matando muita gente. O tal do stress, de quem não se permite passar um tempo com a mente vazia, sem estar diante do computador, celular, ou fazendo algo produtivo.
É assim que criam-se doenças. E neuroses.
Voltando ao meu sabotador – eu disse a ele que ele não era convidado naquele momento. E me dei ao direito de desfrutar dos momentos que eu merecia desfrutar.
Por que, no final das contas, a punica satisfação que devemos, é a nós mesmos. E se estivermos comprometidos com a nossa felicidade, vai ser fácil identificar esses pequenos momentos nos quais nós mesmos tentamos minar nossa própria felicidade.